Cada vez mais, os termos planejamento sucessório e antecipação da sucessão tornam-se presentes nos encontros da família brasileira, detentora de algum patrimônio. Isso deve-se ao fato de uma possível mudança na tributação sob herança, aumentando do atual 4% para até 35,5%. Ainda que o Brasil possa ser considerado um paraíso fiscal nessa matéria, pois possui uma das menores alíquotas do mundo de tributação sob herança, deve-se levar em consideração o árduo trabalho das famílias para construir o patrimônio, pagando uma tributação extremamente alta sobre o consumo, uma das mais elevadas do mundo.
Desta forma, além de ao longo da vida, a família pagar valores exacerbados de tributos, ainda restaria aos herdeiros perderem cerca de mais de um terço do patrimônio acumulado para arcar com mais impostos .O que num primeiro impacto parece injusto, pode acarretar uma série de consequências ainda mais graves, como um declínio na situação financeira da família no momento do pagamento do imposto, visto que o mesmo é calculado sobre o valor de mercado dos bens e muitos não tem liquidação financeira.
Conclusivamente, independentemente do tamanho do patrimônio, será frequente o número de famílias com problema de indisponibilidade financeira para o pagamento do novo tributo, já que bens não líquidos, como imóveis e participações societárias, por exemplo, são de difícil realização financeira. Em países em que essa realidade vigora, há diversos aparatos jurídicos e incentivos do próprio governo para dirimir esses problemas, ferramentas estas das quais não dispomos em nossa realidade num momento presente para amenizar os impactos. Assim, a fim de melhor solucionar essa questão, as famílias estão antecipando sua sucessão, com um planejamento realizado por profissionais capacitados buscando, nos conformes da lei, com os institutos jurídicos necessários, transmitir os bens para a próxima geração da forma mais pacifica, menos dolorida e com menos tributos